Racismo também atinge policiais
Policial civil negra aponta cultura de racismo na Polícia Civil do Rio enquanto PM de SP negro sofre ataque racista em meio a conferência virtual
(São Paulo, brpress) – Muito se fala do racismo da polícia contra civis. Mas pouco se fala do racismo sofrido por policiais – como o tenente-coronel da Polícia Militar Evanilson de Souza, negro e vítima de ataque virtual durante uma conferência sobre direitos humanos.
Em entrevista ao documentário Agora Eu Quero Gritar, a policial civil do Rio Janaína Matos, negra e integrante do movimento Policiais Antifascismo, dá ênfase à cultura racista na corporação. Ela também fala do racismo de ambos os lados – de outros policiais contra ela e contra civis – nesta entrevista ao El País.
Em São Paulo, o tenente-coronel da PM Evanilson de Souza teve de encerrar sua aula na conferência internacional virtual organizada pelo Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), na última terça-feira (09/02), após ataques publicados na tela compartilhada. Ele já havia relatado ter sido vítima de racismo anteriormente a este episódio.
O ouvidor da Polícia Militar de SP, Elizeu Soares Lopes, que também é negro, prestou solidariedade ao tenente-coronel. Segundo a PM, Evanilson deve registrar um Boletim de Ocorrência.
Manual de Direitos Humanos
A ideia de se reformar o manual de Direitos Humanos da PM de SP, originalmente de 1998, é fazer com que os policiais paulistas reflitam e se conscientizem de que o racismo está presente no dia a dia nas ruas e identifiquem atos discriminatórios próprios e de colegas que possam ser corrigidos. O novo manual deve ficar pronto no segundo semestre de 2021.
“Não será uma caça às bruxas, mas não vamos mais tolerar discriminações de nenhuma forma”, diz o tenente-coronel. Com seu trabalho, ele pretende para “contribuir para a desestruturação do racismo estrutural”.
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